22.4.06

IndieLisboa 2006 - Le Temps Qui Reste de François Ozon


“Le Temps Qui Reste”, exibido na secção Observatório do IndieLisboa, centra-se em Romain (interpretado por Melvil Poupaud) , fotógrafo de moda e nos seus últimos meses de existência. Novo, bem sucedido, arrogante tem a vida pela frente. Até que, a meio de uma sessão de fotográfica, desmaia. Uma ida ao médico revela um cancro em fase terminal já demasiado espalhada. Romain opta por não se submeter a um doloroso (e muito provavelmente inútil) tratamento e começa a entrar num processo emocional complexo. Primeiro de desapego em relação aos que lhe são queridos e depois, à medida que o tempo passa, de tentativa de aproximação. O tema base de “Le Temps Qui Reste” é sério mas o filme não lhe faz justiça, arrastando-se progressivamente para o aborrecimento quase total. Não há nada que vibre, que toque profundamente o espectador, que desperte emoção. Tudo em “Le Temps Qui Reste” é um deslizar semi-apático, entrecruzado com momentos familiares disfuncionais ou absurdos. Nas mãos de Pedro Almodovar, o argumento teria um grau dramático elevado, as disfuncionalidades seria caricatas mas tocantes e os personagens teriam mais corpo e profundidade. Ozon reduz uma história interessante a um filme bonitinho mas sem sumo. RP